MENSÁRIO N 36

26/04/2013 22:27

MOVIMENTO CRISTÃO

   MENSÁRIO DE LUZ

                             ANO VII — NUMERO 36 — NATAL/RN — NOVEMBRO - DEZEMBRO — 1988

 

O NATAL

 


Porque nesta época do ano, porque neste lugar do tempo os homens, encar­nados e desencarnados, são tomados por impulsos e vibrações que desconhe cem. estimulando os as ações fraternais, desejan­do a todos os seus seme­lhantes, a paz, o amor, e a prosperidade? Em verda­de vos digo que, por tais comportamentos, mudam as suas vestes interiores, vestes que são perceptí­veis por aqueles que se en­contram em dimensões an­gelicais.

O mundo é tomado por uma vibração harmoniosa, onde as guerras cessam, aqueles mais voltados para

o mundo material lembram- se dos enfermos, encarce­rados e carentes de ali­mentação. Aos enfermos, levam a palavra de confor­to, aos encarcerados, o consolo e a certeza de uma vida regrada, escuda­da nos ensinamentos do Cristo' e aos carentes de alimentação, a divisão do pão e. quando possível, o emprego com o qual prove ra as necessidades de sua família.

Meus amados irmãos, neste dia, as leis materiais também caem por terra, e muitos têm suas -penas suspensas, sendo, pois, li­berados para visitarem seus familiares e passarem

esta festa sagrada em companhia de seus entes queridos.

O universo muda; o sol parece brilhar com mais fulgor; as estrelas, com seu faiscar, embelezam o véu da noite; os pássaros entoam hinos de louvor à Deus e ao Menino do qual se comemora o nascimen­to. Este Cristo, esta Vida que mudou o tempo para antes e depois do seu nas­cimento neste mundo rela­tivo. As árvores brotam seus frutos com mais vi­gor, num desejo de alimen­tar os homens* mostrando que não é necessário o sa crificio de vidas para que possam sobrexistir

Que dia é este que da terra aos céus é uma festi vidade só? Por que isto, meus amados irmãos? Foi o Filho de Deus, o Espírito Universal, a Manifestação Divina que se fez carne e habitou entre nós. E é nes­te dia que todos os homens lembram-se, no seu inte­rior, da lei do amor, da lei da fraternidade, da harmo­nia, da troca de presentes, de embelezarem os seus corpos para irem a lugar nenhum e renovar as suas moradas para receberem ninguém.

Quem é este homem que se fez criança, que se fez homem material? Quem é este que pisou em nosso

 

solo e durante pouco tem­po deixou aqui edificado ensinamentos que jamais passará? É o nosso Mes­tre! É a Luz do Movimento Cristão que junta os seus escolhidos dos quatro can­tos, de uma a outra extre­midade dos céus.

Por recebermos tantas luzes, tantas graças, mui­tas das vezes nos pergun­tamos quem somos nós? De onde viemos? O Mestre nos ensinou dizendo que somos vidas, filhos da Luz E que não nascemos para habitar as trevas, mas para habitar as luzes infinitas de onde somos, de onde viemos.

Todos, neste dia, dos quatro cantos do Universo, vibram uma só glória, uma só harmonia. Vamos viver esta paz, vamos viver este amor, vamos viver esta fraternidade, vamos nos unir, não vamos esquecer, não vamos viver sob a lei do egoísmo, vamos dividir, vamos levar uma palavra verdadeira, vamos ser feli­zes, vamos viver a felici­dade do Cristo que está em cada um de nós.

Cristo nasceu entre nós, viveu entre nós, caminhou por sobre esta Terra e vol­tou para o lugar de onde nunca saiu, porque Ele é Espírito Universal e habita em todos os manifestantes de vida

Que o Natal seja sempre presente em todos nos

Graças à Deus

 

 

AOS AMIGOS LEITORES

Se caminhardes sob as luzes da verdade, silen- ciardes na hora certa, orardes ocultamente por aqueles que vos ofendem, dominardes os vossos im­pulsos e extintos carnais, nunca esquecendo o Pai Celestial, bem certo é que neste Natal sereis revesti dos de harmonia, paz e alegria.

AOS QUE SE IDENTIFICAM COM A FORMA HUMANA

Homens, libertai-vos do mundo ilusório do ser que pensais ser, dos negros ob­jetivos em que edificais a vossa existência, pois essa é ilusória e produto de vos­sa mente.

O corpo que julgais ser vós mesmos é uma casca de ilusão, um veículo de di­mensão inferior; e os obje­tivos que anseiais são co­mo âncoras que prendem a vossa alma em um mar tenebroso de sofrimentos e dores.

Buscai, neste Natal, descobrir a vossa verda­

deira identidade, libertan­do-vos das buscas ilusó­rias, por descobrirdes os porquês da vida. por cami nhardes nas veredas em que vibram o amor, a paz, o perdão e a caridade.

AOS FISICAMENTE DOENTES

Vidas minhas que do Pai Celestial emanam, peda­ços do meu Ser, sei que sofreis por vos encontrar- des na prisão carnal que são resultados de vossos anseios; pagai os vossos débitos.

Se desejardes assim fa­

zer, no cárcere Kármico, que tenhais forças; ou em liberdade, sob a fiança da resignação, da prática dos bons pensamentos e em moedas de ouro do amor, em verdade vos digo, se assim desejardes, iniciai e vossa liberdade será o mais breve possível.

A Festa Natalina nos le­va a esse despertar, fa­zendo nos fraternais, feli zes e desejosos de paz

AOS EVANGELIZADORES

Manifestantes de vida que nesta dimensão dedcam-se a evangelizar o

 

amor, o perdão e humilda­de, se não praticardes o que ensinais, hipócritas se­reis. Mas, se no vosso en­sinar, lutardes para tam­bém viver esses ensina­mentos, sem falsas ima­gens, caminhareis ao en­contro da Grande Família, que habita o Grande Lar, reino de um só pensamen­to de uma só vida, de um só ser. Tais virtudes não aniquilam a iniciativa do ser, mas todas comungam de um so ideal, em uma só manifestação de vontade, de um só inconcebível amor, de uma infinita e in­concebível sabedoria que pairam sobre uma felicida­de indescritível em nosso dialeto.

Desejamos a todos os manifestantes de vida que, neste Natal, vibrem com os habitantes do reino infini­to.

AOS LIBERTOS DAS CORRENTES DOGMÁTI­CAS

Vós que já encontrais li­bertos das correntes dog­máticas pela concepção da manifestação universal da vida e da prática do uno amor, sem distinção, vós que manifestais afinidade com a dimensão angelical, firmai-vos nessa vereda de sublime entendimento para que neste Natal e sempre possais ser uma pena nas mãos do Pai Celestial, le­vando a todos os manifes­tantes de vida a fraterni­dade, a harmonia e a paz.

AOS INTEGRANTES DA ARCA DA ALIANÇA

Irmãos e companheiros da Arca da Aliança, vós que fostes escolhidos pelo amado Mestre para que juntos integrássemos a Grande Família Universal, vós que voais na busca do infinito, que amais por sa­ber o que seja o amor, que perdoais por saber o por­quê do perdoar, que viveis por conhecer a vida, vós já fazeis parte do rebanho universal, guiado sob as lu­zes do nosso Mestre Je­sus, que nesta Festa Nata­lina e sempre sejais fonte da verdade, da resignação, da renúncia, da humildade para com todos os mani­festantes de vida que se manifestam o teu redor.

 

ISTO É 0 MOVIMENTO CRISTÃO


Testemunho de um componente iniciado

Dentro do Movimento Cristão tudo é harmonia, tudo é perfeição, em tudo há disciplina e hierarquia.

Os Iniciados no Movimento Cristão, no grau de Candi­datos, já percebem que ali, apesar de nada ser impos­to, todos têm que obede­cer a um certo código invi­sível que os transformam em pessoas pacatas, sin­ceras, humildes e verda­deiras Ninguém, após in gressar no Movimento Cristão sente o desejo de aparecer, de ser importante, de ter mais que os ou tros, de se sentir melhor do que o seu irmão. Todos

 

 

despertam uma consciên cia de estar sendo assisti­dos constantemente por uma força superior. Todos se sentem desnudos, transparentes, diante de Deus. Ninguém comete mais alguma falta, algum pecado, acreditando que Deus não o está vendo. Ninguém procura esconder os seus erros dos outros irmãos, imaginando que as­sim está tudo bem, nin­guém viu. Todos sabem que Deus tudo sabe e d’Ele ninguém se esconde. Ele não só nos ver como sente conosco quando comete­mos alguma falta. A partir do ingresso no Movimento Cristão, todos ficamos sa­bendo que não temos que dar satisfações a irmãos nossos, mas ao próprio Cristo que esta dentro de cada um de nós.

Quando o irmão Candi­dato iniciado sente essa verdade dentro de seu ser e a aceita passaa se sentir mais responsável, passa a entender que a sua sal­vação não depende de mais ninguém senão de si mesmo. Passa a ter Deus como um verdadeiro amigo a quem pode confiar todas as suas fraquezas, todos os seus desejos, todos os seus limites. E, dessa con­fiança, nasce o amor, o re­conhecimento de que aquele amigo não é apenas um amigo. Ele é muito mais do que um bom amigo. Ele só pode ser um Pai.

Entretanto, o Compo­nente Iniciado ainda se sente fraco, vacilante. Ele ainda não descobriu que aquele, inicialmente amigo e agora Pai. também é um Irmão. Ele sente isso inte­riormente, mas não apren­deu a exteriorizar o que sente. E por isso vacila, sentindo se desligado de Deus, de Cristo, da verda­deira Vida, de si mesmo. Ele ainda não aprendeu a dominar os seus desejos, a controlar perfeitamente a sua mente. E, por isso, sente-se distante de Deus, fraco, incapaz de vencer. Faz constantes promes­sas, algumas até mesmo impossíveis de serem cum­pridas, outras infantis. E poucas são as que conse­gue realizar.

Ele sente que uma gran­de decisão está para acon­tecer. Ele sente que algu­ma coisa está se modifi­cando no seu interior. Ele sabe que tem que abando­nar certos hábitos, que tem que atuar mais firme­mente no comando de sua vida, que ele não pode dei­xar que as coisas aconte çam a sua revelia, que tem que se tornar uma pessoa diferente exteriormente para que possa atender aos anseios do seu interior, já modificado. E Ele passa de certa forma, a esperar pela oportunidade que se lhe apresentará. E Ele sen­te que a partir daquele mo­mento tudo será diferente, nada o fará voltar atrás, chegada é a hora da gran­de decisão.